Patricia Zwipp
A asma atinge 10% da população brasileira e é responsável por 400 mil internações e 2 mil mortes por ano, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai). Ernesto "Che" Guevara, o compositor Ludwig Van Beethoven, o político Theodore Roosevelt e as atrizes Sharon Stone, Lindsay Lohan e Jessica Alba são alguns dos famosos e personalidades que sofrem ou sofreram com o problema. Para todos os asmáticos, uma boa notícia: atividade física reduz em até 60% os sintomas, segundo pesquisa do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O estudo avaliou por três anos 101 pacientes adultos, com idade entre 20 e 50 anos, em tratamento no hospital. Na primeira etapa, todos participaram de um programa educacional, com ênfase no controle de fatores ambientais, uso correto da medicação durante o tratamento e automonitorização dos sinais da doença.
Em seguida, os voluntários foram divididos em dois grupos. O primeiro passou por um tratamento fisioterápico, com a realização de exercícios respiratórios e treinamento aeróbico, além de acompanhamento clínico. As atividades físicas ocorreram duas vezes por semana, durante 30 minutos, por três meses. O outro grupo só recebeu exercícios respiratórios e acompanhamento clínico. Em ambos os casos, a medicação não foi alterada. Os participantes que colocaram o corpo em ação tiveram menos sintomas de asma (como tosse, chiado, falta de ar e aperto no peito) e melhoraram a qualidade de vida, especialmente no inverno, quando os incômodos se intensificam. De 16 episódios por mês, passaram a apresentar seis. Ansiedade e depressão, comuns em asmáticos, também foram atenuadas. Os pacientes que se mantiveram sedentários não apresentaram mudanças no quadro clínico.
O fisioterapeuta Felipe Mendes, autor do trabalho, disse que a atividade física, na maioria das vezes, é considerada vilã para quem tem a patologia por ser um dos fatores desencadeantes mais comuns de crises. No entanto, quando realizada corretamente, pode ser benéfica. A equipe quer compreender a influência do exercício aeróbio no processo inflamatório pulmonar. Uma das hipóteses é que reduza a resposta alérgica e aumente a produção de mediadores anti-inflamatórios, como já foi verificado em estudos com animais, afirmou Celso Carvalho, orientador da pesquisa, realizada pelo Serviço de Fisioterapia do Instituto Central do HC.
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Forte abraço!
Ricardo Borba Weingart
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